quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A História do Ballet Clássico
A história do Ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. O primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.
Os Ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco,além de pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, que eram dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesado.
Quando a italiana Catarina de Médici casou com o rei Henrique II, e se tornou rainha da França, introduziu esse tipo de espetáculo, comum da corte italiana, na corte francesa, com grande sucesso. O mais belo e famoso espetáculo oferecido na corte desses reis, foi o "Ballet Cômico da Rainha", em 1581, para celebrar o casamento da irmã de Catarina. Esse Ballet durava de 5 a seis horas e fez com que rainha fosse invejada por todas as outras casas reais europeias.
O Ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa, que cada vez mais era aprimorado em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia, além de atingir o auge de sua popularidade, quase 100 anos mais tarde, através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança, e tornou-se um grande bailarino. Com 12 anos dançou, pela primeira vez, no Ballet da corte.
Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet, e a Academia real de Música. 8 anos mais tarde, fundava a Escola Nacional de Ballet.
O professor Pierre Beauchamp, vindo da corte italiana para a França, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico. A dança se tornou uma profissão e os espetáculos de Ballet foram transferidos dos salões para teatros.
Nos primórdios da História do Ballet, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas que no final do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos.
O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do Ballet. Isso porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do Ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo, foram reconhecidas por suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Marius Petipá, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo um passeio rápido, mas também tornou-se coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Durante sua estada na Rússia, Petipá coreografou célebres Ballets, todos muito longos, e reveladores dos maiores talentos de companhias de dança. Cada Ballet continha danças importantes para o Corpo de Baile, variações brilhantes para os bailarinos principais, e um grande pás-de-deux para primeira bailarina e seu Partner. Petipá sempre trabalhou com os maiores compositores do mundo, e foi junto com Tchaikowsky, que criou três dos mais importantes Ballets: a "Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes".
Mas chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Sergei Diaghilev, editor de uma revista de artes, que junto á amigos artistas, estava cheio de idéias novas para colocar em prática. São Petersburgo, porém, não estava pronta para mudanças, então ele se decidiu por Paris, onde começou por organizar uma exposição de pintores russos, que foi de grande sucesso.
Depois promoveu os músicos russos, a ópera russa, e finalmente em 1909, o Ballet russo. Diaghilev trouxe para a audiência francesa os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Ana Pavlova, Tamara Karsavina, e Vaslav Nijinsky, além de três grandes Ballets sob direção de um jovem brilhante coreógrafo: Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários. Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911, e Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no Ballet.
Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou platéias na Europa e América, devendo a sua popularidade à capacidade do seu criador em descobrir talentos novos, fragmento-se depois por todo o mundo.
No momento atual as peças de Ballet são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos como "Giselle" ,ou baseados em romances de Shakespeare, e ainda criações recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos, é comum em serem dançados por bailarinos do nosso tempo.
Qual será próximo passo?
Na sua longa história, o Ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua mudando. Mas apesar das novas danças e das tendências futuras, existe e existirá sempre, um palco e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais e imortais.
A ÓPERA-BALLET
Na primeira metade do século XVIII, entra em cena na França a ópera-Ballet, que realizou o inverso dos Ballets anteriores. Nas comédias-Ballet, a dança está a serviço do enredo, da música, e dos outros elementos. Já na ópera-Ballet, todos os elementos estão subordinados à dança e servem para conduzi-la. Era praticamente uma peça inteiramente cantada e dançada. O enredo, porém, era extremamente fraco, não havendo uma trama ou história propriamente dita, com início, meio e fim. Personagens mitológicos voltaram a ser usados, porém viviam como se fossem mortais, quase sempre passando por aventuras amorosas.
A ópera-ballet herdou dos Ballets de côrte, a cenografia e as vestimentas pouco adequadas. As roupas cobriam todo o corpo e inclusive o rosto: as máscaras eram amplamente utilizadas, de forma que não trabalhavam a expressão facial. O figurino era sempre pesado e incômodo, quase incompatível com a dança leve e elevada, mas, no entanto, a técnica era bem menos rigorosa que a atual.
A REFORMA DA DANÇA
Em 1754, Luís de Cahusac foi o primeiro a criticar o excessivo apego à forma, e não ao conteúdo da dança. Ele era um famoso libretista (que constrói o libreto, a história da peça), historiador, e principalmente crítico. Para ele, qualquer manifestação artística servia para imitar a vida real, e por isso a dança deveria ser uma forma de se expressar com o corpo, as intempéries da alma. Franz van Weuwen Hilferding, um bailarino austríaco que estudou na França, se tornou Maitre de Ballet em Viena, Stuttgart, e São Petersburgo, onde produziu Ballets repletos de ações, mímicas e mise-en-scenes. Mas esses Ballets ainda não constituíam uma ação completa, eram um aglomerado de historietas que juntas não tinham sentido algum. O principal nome da reforma é Jean Georges Noverre.
Conhecido por sua insatisfação com a dança e as regras de sua época, ele estudou a dança, mas não entrou na Academia Real, como ditavam as regras. Começou então, a viajar de um lugar para outro, primeiramente como bailarino, e logo coreografando peças e espetáculos. Com 27 anos já era um Maitre de Ballet de renome, espalhando suas idéias inovadoras por onde passasse, e influenciando toda a Europa. Dessa forma, depois de muito viajar por todo o continente, foi finalmente nomeado Maitre de Ballet da Academia Real de Paris (contra a vontade do corpo de baile e dos tradicionais, porque esses acreditavam que só alguém que já foi bailarino da Academia poderia ser Maitre de academia). Lá ele criou poucas peças em virtude da falta de apoio por parte dos bailarinos, mas talvez uma delas seja a mais inovadora de sua carreira: "lês Caprices de Galanthée", em 1781. Não continha canto, mas apenas danças e mise-em-scenes. Foi o primeiro Ballet a romper definitivamente com o estilo das óperas. Noverre criou, assim, o Ballet que girava em torno de uma só ação dramática, que contava uma história, síntese do Ballet de Repertório. O mestre acreditava que antes de ser uma manifestação estética, a dança era uma forma de se exprimir emoções com o corpo. A estética do movimento era apenas uma consequência da emoção que brotava na alma do dançarino. Os bailarinos não poderiam deixar de lado a técnica, mas esta não era de forma alguma, mais importante que a emoção que a dança busca exprimir.
Noverre insistia muito no endehors, mas para ele nada deveria ser forçado: a abertura do quadril seria trabalhada através de exercícios como os rond de jambs e Grand battements. Ele ainda criticava os bailarinos de sua época por trabalharem excessivamente o corpo e pouco a alma, tornando-se ignorantes na arte expressiva. Para ele, o bailarino deveria dividir seu tempo igualmente entre os estudos da arte dramática e as aulas para o corpo. Noverre criticou fortemente as vestimentas que cobriam os bailarinos: para ele, tudo deveria facilitar a técnica e principalmente a expressão no desenvolvimento da trama da história de cada Ballet. Por isso, ele também retirou as máscaras de cena: "O rosto é o órgão da cena muda, é o intérprete fiel de todos os movimentos da Pantomima (dança expressiva), é o suficiente para banir as máscaras da dança".
Em 1789, um discípulo de Noverre, Jean Dauberval, foi para Bordeaux, seguindo uma bailarina que amava, mas que não se dava bem com a direção da Ópera de Paris. Em Bordeaux, Dauberval criou La Fille Mal Gardée, o mais antigo ballet dançado até hoje. Quase nada de sua coreografia original foi mantida, mas sabe-se que era um Ballet alegre e impregnado dos ideais da Revolução Francesa. Nasceram assim os Ballets de Repertório, que vêm sendo dançados e adaptados até hoje, e nos quais a ação dramática deve ter início, meio e fim, representados a partir de danças e mise- en-scenes. O mestre Noverre transformou o ballet clássico em uma dança que não se limitava a uma execução mecânica, mas algo em que fosse capaz de emocionar pessoas em todo o mundo, nos séculos seguintes.
OS BALLETS ROMÂNTICOS
O Romantismo do século XIX transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos Ballets anteriores. Foi nesta época que os Ballets de Repertório se firmaram.
O Romantismo foi um movimento artístico de valorização do sentimento em detrimento da razão (como desejava o mestre Noverre) e no qual a imaginação era deixada à solta, sem qualquer controle ou auto-censura. Dessa forma, a dança que expressa algo, que mostra sentimento, cresce notoriamente, sem deixar morrer o imenso desenvolvimento técnico que havia acontecido anteriormente. No momento, o que se buscava através da técnica eram formas expressivas, a poesia do corpo, a fluidez da dança e não o virtuosismo e a beleza das formas.
Esses novos ideais, baseados na "Igualdade, Liberdade e Fraternidade" da Revolução Francesa, se afastam totalmente dos ideais estéticos greco-romanos. Os artistas tendem a se inspirar no seu cotidiano, nas suas emoções reais, e não na idealização da perfeição dos Deuses.
Uma das grandes inovações da Era Romântica foi o surgimento da dança na ponta dos pés. Eis um bom exemplo dos ideais românticos: houve um imenso desenvolvimento da técnica, mas os objetivos desse desenvolvimento vão muito além da estética da forma: na ponta dos pés, a bailarina se torna muito mais leve e expressiva, pelo menos aos olhos do espectador. Com as pontas, surge a supremacia feminina no balé: os bailarinos agora serviam de suporte, para apoiar e levantar as grandes estrelas. Para isso, eles deviam ser fortes, e belos e expressivos para as histórias de amor. A dança agora se torna mais sensual (para os padrões da época): para equilibrar a bailarina na ponta, o Partner deveria ampara-la com seu corpo ou ao menos segura-la pela cintura.
Nesse clima, em 1832, nasceu La Sylphide. Foi o primeiro ballet já coreografado para as pontas e o primeiro grande ballet romântico. Retratava um dos tema preferidos do romantismo: o amor entre mortais e espíritos, e inaugurava a imaginação sem fim, que tratava de temas cotidianos somados a seres como ninfas, duendes, fadas e elfos. Mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos: tomando o aspecto de um sonho, encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão.
Os Deuses do Olimpo (gregos e romanos) estavam quase esquecidos.
As roupas brancas e longas das ninfas, quase sempre com fartas saias de tule com collants, acentuavam o corpo das bailarinas, o que contribuiu para a sensualidade e para a necessidade de se lapidar ainda mais a técnica, pois agora o corpo aparecia mais (as saias de tule são um pouco transparentes) e não era mais tão disfarçado pela roupagem. Nesses mesmos moldes, o ballet "Giselle" estreou em 1841, sendo remontado mais tarde pelo menos duas vezes. Assim como La Sylphide, Giselle apresentava um 1º ato realista, entre os camponeses, e o 2º ato mais fantástico. Ao invés das ninfas apresentadas no primeiro ballet, no segundo ato de Giselle surgiram novos seres imaginários, as Willis, que eram como ninfas más. Dos grandes nomes da primeira metade do século XIX, La Sylphide lançou Maria Taglioni, este ballet foi criado para ela, a mais perfeita bailarina romântica, harmoniosa, que parecia flutuar, portadora do tipo físico ideal ao romantismo. Giselle lançou Carlota Grisi, uma mulher com uma interessante história pessoal, inspiradora do ballet: foi profundamente amada por Julius Perrot, o coreógrafo do ballet, com quem viveu, e também foi musa inspiradora do Libretista dessa obra, Theóphile de Gautier, que morreu balbuciando seu nome. A segunda bailarina que estrelou Giselle foi Fanny Elssler, muito conhecida por seu estilo forte e voluptuoso. Este ballet romântico representa o maior de todos os testes para a bailarina até os dias de hoje.
A DANÇA PELA EUROPA
O romantismo marca também a queda da dança francesa. Nessa época, os grandes nomes, sejam coreógrafos ou bailarinos, circulavam por toda a Europa, e principalmente por São Petersburgo e Viena. Na Ópera de Paris nada de esplendoroso aconteceu, a não ser da criação de Le Corsaire, de Mazilier, em 1856, e Coppélia, de Arthur Sait-Leon, em 1870.
As bailarinas italianas espalhavam uma nova "moda": a dança mais acrobática, mais voluptuosa, como a de Fanny Elssler. Na Rússia, a monarquia dos Czares incentivava e investia na dança, como forma de mostrar seu poder e grandiosidade. Tal situação atraiu talentos de toda a Europa, que fugiam do mercantilismo e da conseqüente falta de investimento na dança.
O NEOCLASSICISMO NA DANÇA
Nijinsky e Pavlova
A partir do início do século XX, a influência do ballet russo se espalhou por toda a Europa. A grande expansão da dança russa se dá com Diaghilev, um amante das artes que organizou uma espécie de "grupo itinerante", que apresentava os Ballets russos por todo o mundo. Com Diaghilev trabalharam alguns dos maiores nomes do século XX:
Michel Fokine (coreógrafo de Les Sylphides), Anna Pavlova, Nijinsky (grande bailarino e autor de peças como A Sagração da Primavera) e Balanchine (também coreógrafo e fundador do New York City Ballet).
Diaghilev acreditava que a dança deveria ser o encontro de todas as artes, e por isso os cenários das peças de seu grupo costumavam ter assinatura de grandes nomes, e as músicas eram de autoria dos novos talentos como compositores, como Stravinsky. Isso tudo sem contar com inovações como a valorização do corpo de baile, que então deixou de apenas figurar, ganhando mais números e destaque.
Enfim, foi graças a Diaghilev que a força da dança ressurgiu no ocidente, chamando a atenção do público (porque suas peças eram sempre ricas ou polêmicas) e dos novos talentos que surgiram a partir de então.
Era uma nova dança: extremamente virtuosa, com um toque de poesia, modernidade e inovação.
Nessa mesma época, um grupo sueco causa grande polêmica. Interessados em romper com as tradições, em 1920 Rolf de Maré e o coreógrafo Jean Börlin fundam um grupo cuja maioria provinha da Ópera Real de Estocolmo. Os suecos passaram 5 anos espalhando sua polêmica na Europa, participando da extraordinária criatividade de sua época e transformando o ballet em uma arte contemporânea. Suas peças mais marcante foram La Création du Monde, em 1923 e Relâche, em 1924, sendo que esta última foi a primeira peça de ballet que utilizava cinema (o filme entre'acte, de René Clair). Sendo assim, os suecos foram responsáveis pela introdução do cubismo no balé, utilizando até um cenário de Picasso no ballet Icaro.
Em 1925, não aguentando as pressões que sofriam, por problemas e contradições de sua arte (a técnica acadêmica clássica ainda era utilizada, com toda a sua rigidez, apesar de toda a maleabilidade de suas idéias, cenários e histórias) o grupo se dissolveu. Foi assim que a dança, ainda clássica, incorporou os ideais modernos. Através desses grupos, das concepções coreográficas de Balanchine, Fokine e Nijinsky, de bailarinas revolucionárias e marcantes como Anna Pavlova. As primeiras décadas do século XX se dividiram, assim, entre o brilhantismo acadêmico russo e as inovações dos grupos (russo e sueco) que percorreram o ocidente.

BALLET LA BAYADERE


 
La Bayadere
La Bayadere
Ballet em 3 atos e 5 cenas.
Música: Ludwing Minkus
Libreto: Khudenov
Coreografia: Marius Petipa
Estréia: Teatro Marinsky de São Petersburgo, 4 de fevereiro de 1877
Ato I - Cena 1: No Exterior do Templo Hindu
Solor, jovem guerreiro, contente por ter sido bem sucedido numa caçada, envia seu servo ao Rajá levando-lhe de presente um tigre por ele morto. O jovem guerreiro permanece no exteriror do templo, pois espera ver sua amada Nikia. O sacerdote Brâmane tenta demonstrar seu amor à bailadeira, mas é rejeitado. Irado, jura vingar-se. O faquir Magda Veyga avisa Nikia que Solor está à sua espera. Ela deixa o templo e vai ao encontro de Solor e ele pede a Nikia que parta em sua companhia. A bailadeira concorda, mas pede a Solor um juramento de fidelidade diante do fogo sagrado. O Sacerdote Brâmane surpreende a conversa entre os dois, e jura vingar-se.
Ato I - Cena 2: No Palácio do Rajá
O Rajá sente-se muito satisfeito com o presente que Solor lhe traz e oferece-lhe a mão da própria filha em casamento, a linda Gamzatti. O guerreiro temendo recusar essa grande honra e encantado pela beleza de Gamzatti, esquece o voto feito a Nikiya. Segue-se a Festa do Fogo para celebrar o noivado. Entre as dançarinas estão Aiya, confidente de Gamsatti, e Nikia. O Sacerdote Brâmane vai ao palácio e conta ao Rajá o namoro de Solor com Nikiya. Sabendo da intenção do Rajá em casar sua filha com Solor, Nikiya vai ao palácio e revela a Gamzatti seu amor por ele e implorando-lhe que o deixe para ela. Gamzatti tenta comprar Nikiya com jóias e presentes. Nikiya recusa e num acesso de desespero ameaça Gamzatti com um punhal, mas é detida por um servo fugindo apavorada. Gamzatti jura que Solor será seu e com a ajuda de sua Aiya planeja se livrar de Nikia.
Ato I - Cena 3: A Festa do Noivado
Na celebração do noivado de Solor e Gamzatti, o Rajá ordena que Nikiya dance com as demais bailadeiras. Durante a dança Aiya oferece a Nikia uma cesta de flores na qual se esconde uma serpente venenosa. Nikia é mordida e agoniza. O Sacerdote Brâmane se prontifica a salvá-la, matando a cobra, caso ela aceite pertence-lhe. Após ver Solor com Gamzatti, a jovem recusa, e morre.
Ato II: O Reino das Sombras
Solor acha-se tomado de pesar e remorso pela morte da amada. Magdaveya, querendo distraí-lo daquelas sombrias disposições, lhe dá ópio para fumar. Solor adormece e sonha que, em companhia de Nikiya, visita uma terra desconhecida. A seus olhos apresentam-se os espíritos das bailadeiras mortas. Por fim ele encontra Nikiya entre elas e jura que nunca mais tornará a abandoná-la.
Ato III: O Ritual do Casamento
Dentro do templo de Buda, Solor, atormentado, é levado a se casar com Gamzatti, quebrando seu juramento a Nikia. A profecia da Bailadeira realiza-se, acontece uma terrível trovoada e o templo cai em ruínas. Dos escombros aparece Nikia, que vem buscar Solor para viverem seu amor na eternidade.

BALLET COPPÉLIA

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Coppelia
Coppelia
Ballet em 3 atos.
História: Charles Nuitter e Arthur Saint-Leon (baseado na lenda de E.T.A. Hoffman)
Coreografia: Arthur Saint-Leon
Música: Léo Delibes
Cenário: Cambon, Despléchin e Lavastre
Libreto: De Nuitter e Saint-León
1ª Bailarina: Giuseppina Bozacchi interpretou Swanilda - então com 15 anos
1° Bailarino: Eugenie Fiocre interpretou Franz
Estréia Mundial: em 25 de maio de 1870, Paris
Ato I - Praça de uma cidade da Cracóvia
Swanilda é uma bela jovem que vive em uma vila na Cracóvia. A moça, que é apaixonada por seu noivo Franz, está enciumada porque descobre que este andava cortejando outra moça, que está sempre lendo um livro, no balcão da casa do Dr. Coppélius. Dr. Coppélius é um velho bastante exótico e misterioso.
Franz, que realmente está interessado na nova moça da aldeia, não sabe que ela se chama Coppélia e é apenas uma boneca e que, por isso, nunca responde aos seus galanteios e Swanilda, sua noiva, já sabe que ele está paquerando a moça-boneca e ameaça romper o noivado. Para provar sua indiferença, dança uma czarda com os amigos.
Durante uma festa da vila, Dr. Coppélius perde a chave de sua casa, que é encontrada por Swanilda. Ela não perde tempo e, junto com suas seis amigas temerosas, entram na casa do misterioso velho para descobrir quem é sua enigmática rival.
Ato II - Interior da Casa
Lá encontram muitos bonecos e invenções. Para a surpresa delas, descobrem que Coppélia é apenas uma boneca, tão perfeita que parece humana. Aliviadas colocam todos os bonecos em movimento.
Mas o Dr. Coppélius entra em casa e as garotas se escondem se fantasiando de bonecos. Swanilda veste as roupas da boneca com a intenção de pregar uma peça no Dr. Coppélius, assume o lugar dela fingindo ser Coppélia.
Nesse momento, Franz sobe por uma escada até o ateliê, com o intuito de declarar o seu amor à Coppélia. Logo, o velho descobre a presença do rapaz e resolve embriagá-lo com vinho para, através de bruxaria, passar sua alma à boneca, dando vida à sua mais perfeita criação. Swanilda percebe toda a trama, e como está vestida de Coppélia, começa a dançar por toda a casa, fazendo uma enorme bagunça, estragando muitas coisas e desesperando o pobre Dr. Coppélius, que pensa ter perdido o controle sobre suas invenções.
Por fim, brava com o noivo, Swanilda mostra a ele toda a verdade revelando sua identidade. Dr. Coppélius percebe que foi enganado e fica desolado, abraçado pateticamente à sua boneca despida. O casal e as amigas fogem.
Ato III
Esse ato é na verdade um brilhante divertimento. Os vilarinhos estão reunidos para celebrar a benção do sino da igreja e o casamento de Franz e Swanilda. O Dr. Coppelius entra furioso exigindo uma indenização dos prejuízos causados em sua loja.
De tanta felicidade, o velho é perdoado, e ganha de presente o dote de Swanilda para reconstruir tudo que ela havia destruído com sua bagunça. O balé se encerra em clima de alegria e confraternização geral.

BALLET ROMEU E JULIETA!!!

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Romeu e Julieta
Romeu e Julieta
Ballet em 3 atos.
Música: Sergei Prokofiev
História: William Sheakespeare
Estréia: 11 de janeiro de 1940, Leningrado - Rússia

Elenco:
- Galina Ulanova, 1a Bailarina, interpretou Julieta
- Constantin Sergueyev, 1o Bailarino, interpretou Romeu
Ato I
Numa cidade italiana viviam duas famílias, os Montechio e os Capuletto, que eram conhecidas como inimigas há muito tempo. Pertencia aos Montechio um rapaz chamado Romeu, muito alegre e simpático, que passava os dias junto com seu amigo Mercutio, fazendo brincadeiras na praça, com as pessoas conhecidas. Na família dos Capuletto, vivia um outro rapaz, Tebaldo, que freqüentava os mesmos lugares que Romeu, mas não se davam muito bem. Ele tinha uma irmã, Julieta, uma linda jovem admirada por todos pela sua beleza. Numa tarde, em meio às brincadeiras dos rapazes, começa um desentendimento entre Romeu e Tebaldo, que acaba numa briga e que os empregados dos pais, conseguem apartá-la. A confusão provocada pelo acontecimento chama a atenção do Príncipe de Verona, que passava por perto e não fica nada satisfeito com a desordem feita pelos dois jovens. Ele ordena que a rivalidade entre as duas famílias se acabe, sob pena de castigo ao provocador.
Ato II
Dias depois, mostrando aceitação e obediência ao Príncipe, os Capuletto organizam um grande baile em sua casa e cinvidam a família inimiga a comparecer. Era o primeiro baile de Julieta, que está ansiosa e alegre com os preparativos do seu vestido, do salão e dos convites. Ela estava noiva de Paris por escolha da família, um jovem muito rico, amigo do seu irmão. No dia do baile, teve que dançar todo o tempo com ele, apesar de não parecer muito animada com isso.
Na verdade, os Montechio não tinham sido convidados como foi anunciado e, Romeu juntamente com seus amigos, resolve entrar na festa usando máscaras para que não fossem reconhecidos. Eles queriam apenas se divertir, mas a brincadeira trouxe uma séria conseqüência: Romeu e Julieta se vêem pela primeira vez e se apaixonam um pelo outro. Ele vê naquela jovem a mulher dos seus sonhos e ela vê no rapaz o único que poderá amar por toda a vida.
Tebaldo, porém, reconhece Romeu e o expulsa da festa acusando-o de não ter sido convidado, mas seu pai, com medo da ameaça do príncipe, permite que o rapaz e seus companheiros continuem em sua casa.
O baile acaba e Julieta vai para o quarto, mas não consegue dormir, pensando somente em Romeu. Na varanda, ela pensa com seu amor e de repente o rapaz aparece no jardim, bem à sua frente. Os dois falam de amor e juram se amar para sempre mesmo com o problema da inimizade entre as suas famílias.
Romeu está resolvido a casar com Julieta, apesar de tudo o que possa separá-los e ela, feliz ao saber dessa resolução, lhe escreve uma carta dizendo que se tornará sua esposa, custe o que custar. A ama de Julieta se espreme no meio da multidão do mercado de Verona para entregar uma carta para Romeu. Ele lê e recebe o "sim" de Julieta para o casamento.
Sentindo a grande dificuldade que os separa, os jovens procuram o Frei Lourenço e pedem-lhe que os casem imediatamente em segredo. O padre, a principio, não apóia o desejo dos dois, mostrando-lhes que se trata de uma desobediência aos pais, mas aos poucos percebe o grande amor que existe em seus corações. Chega então à conclusão de que talvez essa atitude de Romeu e Julieta possa se transformar numa união entre as duas famílias e, com essa idéia, ele os declara marido e mulher.
De volta á cidade, Romeu encontra seus amigos na praça do mercado, metidos em outra briga com Tebaldo. Ele tenta acalma-los, mas o irmão de Julieta (Tebaldo) continua a desafiá-los e, na confusão, atinge Mercúrio (amigo de Romeu) com sua espada, matando-o na mesma hora.
Enfurecido com a covardia e a violência do inimigo, Romeu apanha também a sua espada e, cego de raiva, faz o mesmo com Tebaldo, vingando-se. Por causa disso, o príncipe o expulsa da cidade e sua única tristeza é ter de se separar de Julieta, agora que a tem como mulher. Com a ajuda da ama de Julieta, romeu consegue entrar no quarto da moça e passa com ela sua última noite na cidade. Ele vai embora logo de manhã, exilado, para bem longe, mas lhe promete que se encontrarão o mais breve possível.
Ato III
Na aurora de um novo dia, a agitação na casa dos Capuletto é muita, e Romeu deve ir embora. Logo em seguida os pais de Julieta aparecem com Paris, que está ali para pedi-la oficialmente em casamento. Julieta recusa-se a casar com ele. Os pais de Julieta se aborrecem e ameaçam deserdar a filha. Julieta vai ao encontro de Frei Lourenço pedindo-lhe auxílio, pois só ele sabe que ela já é uma mulher casada. Tentando ajuda-la, o padre lhe dá um vidro com uma poção que a fará dormir por um longo tempo como se estivesse morta. Quando ela o tomasse e fosse colocada no túmulo da família, ele daria um jeito de falar com Romeu, contar o que havia acontecido na realidade e pedir-lhe para que viesse buscá-la, para juntos fugirem de Verona para sempre.
Com esse plano na cabeça, Julieta finge para a família que aceita casar-se com Paris e, quando fica sozinha em seu quarto, toma a poção e cai num sono profundo. Mais tarde, quando a ama e suas amigas chegam trazendo o vestido de noiva, já a encontram como morta e apavoradas, pensando que Julieta havia se matado, correm para avisar aos seus pais. Estes não se conformam com o acontecido e depois de muitas lágrimas a colocam no grande túmulo da família, onde, na verdade, Julieta dorme à espera de Romeu.
Por uma grande infelicidade, a notícia da morte de Julieta chega a Romeu antes da carta do Frei Lourenço, contando-lhe sobre o plano. E o rapaz corre de volta à cidade para certificar-se da verdade. Ao encontrá-la no túmulo como morta, não agüenta a idéia de viver sem ela e envenena-se, morrendo ao seu lado. Quando termina o efeito do remédio, Julieta vai acordando aos poucos e encontra o corpo do rapaz completamente sem vida. Quase louca, ela compreende o que havia acontecido e, sem se conformar, apanha o punhal de Romeu e, dessa vez, se mata de verdade.
Juntos, em espírito, os dois estarão para sempre no túmulo da família Capuletto.
 

BALLET QUEBRA-NOZES

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O Quebra Nozes
O Quebra Nozes
Ballet em 2 atos.
Música: Peter Ilich Tchaikovsky
Coreografia: Marius Petipa (início) e Lev Ivanov (fim)
História: Marius Petipa
Cenário: M. I. Batcharov
Estréia: 17 de dezembro de 1892, São Petersburgo - Rússia

Elenco:
- Antonietta Dell-Era, 1a Bailarina, interpretou a Fada Açucarada
- Paul Gerdt , 1o Bailarino, interpretou o Príncipe
Ato I
Em todo o mundo na noite de Natal as pessoas se reúnem para festejar. Na casa de Clara, uma enorme árvore toda iluminada foi armada para a festa que ela, seu irmão Fritz e seus pais iam dar para os amigos. Os convidados começam a chegar e entre eles um muito especial, o Sr. Dosselmeyer, padrinho de Clara, adorado pelas crianças que, quando o vêem largam as brincadeiras e correm para ele à procura dos presentes. Para Fritz ele deu um cavalo-de-pau e uma espada e para Clara uma boneca e uma sapatilha. Depois da entrega dos presentes e de muitas danças, o Sr. Dosselmeyer preparou um teatrinho de bonecos que foi aplaudido por todos no final. Chega o final da festa e das brincadeiras, e também a hora das despedidas e, apesar das reclamações das crianças que queriam brincar mais, a hora de dormir foi lembrada. Os convidados, agradecidos, começaram a ir embora e para que Clara fosse dormir mais feliz, seu padrinho lhe dá mais um presente. Um quebra-nozes com a forma de um soldadinho. Muito alegre Clara dança em volta de todos com o seu novo brinquedo e Fritz, enciumado, toma-lhe o boneco das mãos e sem querer deixa-o cair no chão. O soldadinho se quebra e por causa disso os pais mandam os dois de castigo para a cama. O Sr. Dosselmeyer consegue consertar o boneco antes que Clara vá dormir e o coloca embaixo da grande árvore. As luzes da casa se apagam, só ficando acesas as velas que enfeitavam a árvore de Natal. Clara não consegue dormir pensando na festa, nas brincadeiras, nos presentes e, então resolve voltar ao salão, com muito cuidado para não fazer barulho, e ver mais uma vez o seu boneco quebra-nozes, adormecendo. Sonha com um exército de ratos invadindo a sala, e para defendê-la, um exército de soldadinhos de chumbo comandado pelo Quebra-Nozes. O Rei dos Ratos fere o boneco que, desarmado, está prestes a perder a batalha. Nesse momento, Clara atira sua sapatilha no Rato, salvando o Quebra-Nozes. Surpreendidos com esse ataque, os animais ficam confusos e começam a se retirar, dando vitória aos soldados. Seu padrinho, Dosselmeyer, aparece em seguida, e num passe de mágica, a árvore, a sala foram crescendo e o Quebra-Nozes é transformado num belo príncipe com o tamanho humano. Clara é levada ao Reino das Neves.
Ato II
As bolas da árvore de Natal começam a se transformar em flocos de neve, o chão e o teto da sala desaparecem e Clara se vê no país da Neve, cheio de árvores cobertas com pingos de neve. É anunciada a chegada da Rainha da Neve que vem com suas damas e pajens receber os visitantes ao som de uma linda valsa. Clara está encantada e, com sua varinha mágica, a rainha faz aparecer um trenó que desliza por um rio congelado, levando a menina e o príncipe para outro lugar: o País dos Doces. Lá os espera, em seu castelo, a Fada Açucarada sentada em seu trono feito de doces de todos os tipos. Ela escuta do príncipe a história de coragem de Clara quando salvou sua vida e, para premia-la, a Fada Açucarada prepara uma grande festa onde todos os habitantes do seu reino dançam, representando as várias regiões, como o chocolate, o café, o marzipan, o chá, etc. No final a Fada Açucarada e o Príncipe dançam um belo pas-de-deux com a Valsa das Flores, quando Clara começa a se sentir sonolenta até adormecer de novo, fazendo com que tudo fosse desaparecendo. Na manhã seguinte, quando acordam, os pais de Clara a encontram dormindo embaixo da árvore de Natal, abraçada ao Quebra-Nozes como se estivesse sonhando o mais lindo dos sonhos.

BALLET A BELA ADORMECIDA

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A Bela Adormecida
A Bela Adormecida
Ballet em 1 prólogo e 3 atos (o prólogo e o primeiro ato transcorrem no séc. XVI. Os dois últimos atos no século XVII.)
Música: Peter Ilich Tchaikovsky (opus 66)
Coreografia: Marius Petipa
História: Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky
Estréia: 15 de janeiro de 1890 em São Petesburgo - Rússia
1a Bailarina: Carlotta Brianza interpretou Aurora
1o Bailarino: Paul Gerdt interpretou o Príncipe
Fada Lilás: Marie Petipa
Personagens: Rei Florestano XXIV, Rainha, Cantalbutte (mestre de cerimônias), Fada dos Pinheirais, Fada da Flor de Cerejeira, Fada dos Colibris, Fada dos pássaros Canoros, Fada Cravo, Fada do Freixo da Montanha, Fada lilás, Carabosse (fada má), Princesa Aurora, Príncipe Encantado (Florimundo), Ratos, Amas da princesa, Ministros do Estado, Pajens, Arauto do rei, Médico do Rei, Damas de Honra, Príncipe espanhol, Príncipe indiano, Prínicipe italiano, Príncipe inglês, Pierrette, Colombina, Pierrot, Arlequim, Gato de Botas, Gatinha Branca, Pássaro Azul, Princesa Encantada, Chapeuzinho Vermelho, Lobo, Barba-Azul, Ariana, Ana, Sheherazade, Xá, Princesas de Porcelana e Mandarim.
Prólogo - O Batizado
No palácio do Rei Florestano XXIV estão sendo feitos os preparativos para o batismo de sua filhinha, a Princesa Aurora. Vão aos poucos entrando as visitas que começavam a chegar, umas voando, outras em carruagens, sempre acompanhadas por dois pajens que traziam os presentes para a princesinha e conduzidos por Cantalbutte (mestre de cerimônias). Num berço, dormia a princesinha. Uma fanfarra de trompas anuncia a entrada dos soberanos, que beijam a filha, e tomam assento nos tronos. As fadas seriam as madrinhas da princesinha, então elas entram com presentes para Aurora. A última a chegar é a Fada Lilás, que será a protetora da Princesa. As fadas prometem que Aurora terá beleza, graça e talento. Cada uma das fadas dança um solo característico, culminando com a valsa da Fada Lilás. Quando as fadas se reúnem dançando em torno do berço de ouro, há uma agitação e surge uma nuvem negra, pelas portas e janelas da sala de trono assustando a todos. Ouviu-se um enorme barulho de trovão e um pajem anuncia que está chegando Carabosse (fada má), que entra numa carruagem negra puxada por quatro ratos. A feiticeira está zangadíssima porque não foi convidada para ser madrinha de Aurora, como as outras fadas, e ameaça Cantalbutte. O rei certifica-se de que não a havia convidado e tenta explicar-lhe, como se tivesse sido um engano de seu auxiliar, encarregado dos convites. Carabosse, porém não está disposta a perdoá-lo e dirige-se a ele ameaçando-o por essa falha.
A Carabosse tenta se aproximar do berço, mas as outras fadas a impedem. Carabosse vira-se, então, para os soberanos, e diz que mesmo não tendo sido convidada, ela estava ali e também queria dar seu presente à Aurora. Um fuso, um objeto pontudo como se fosse um grande alfinete.
Seu desejo era que a princesa crescesse talentosa, graciosa e bonita, mas um dia teria seu dedo espetado por um alfinete e então morreria. Carabosse tenta de novo se aproximar do berço, mas a Fada Lilás não deixa. Depois de jogar seu feitiço e furiosa, a fada vai embora, deixando com todos uma grande tristeza.
Até que a fada Lilás consola a todos, dizendo que tinha o poder de dar mais um presente à afilhada. A promessa de que a maldade não seria satisfeita por completo, ela não morreria quando se espetasse, mas dormiria um sono profundo até que um príncipe venha a desperta-la com um beijo de verdadeiro amor.
1o Ato - O Encantamento
O tempo passou. Dezesseis anos em que os reis cercaram a filha de proteção e cuidado. O rei proibira, desde a profecia de Carabosse, fusos e agulhas em seu reino.
Estavam preparando a festa de aniversário de dezesseis anos da princesa Aurora e durante todo esse tempo ninguém mais falou sobre o presente e o desejo de Carabosse. A princesa Aurora nada sabia dessa história, pois seus pais não queriam amedrontá-la. Nessa festa ela ia conhecer quatro príncipes que vinham pedi-la em casamento e escolher aquele com quem iria se casar. Ocorre uma dança em honra aos quatro príncipes, que vieram da Inglaterra, da Itália, da Espanha, e da Índia. Todos quatro estavam encantados com a beleza da Princesa. Estava maravilhada com a festa, com a música, com os convidados e aproveitava todos os momentos para lembrá-los por toda a vida.
Cantalbutte, ao ver fusos nas mãos de alguns jovens, apressa-se a arrancá-los deles, lembrando a proibição real. Entram o rei e a rainha. O rei, ao ver os fusos, fica furioso, mas é acalmado pela esposa. Depois que os príncipes se apresentam, entra Aurora. Aurora é apresentada aos príncipes, seguindo-se o conhecido Adágio da Rosa, quando a Princesa dança com os quatro pretendentes. Depois, as danças das damas de honra e dos pajens. Uma velha encapuzada entra despercebida e oferece a Aurora um fuso de ouro, escondido debaixo de sua capa. O rei e seus amigos se amedrontam com o presente da velha e Aurora não entende por que do medo e do susto, pois tanto a velha quanto o presente pareciam inofensivos. Como nunca tinha visto nada como aquele objeto, a princesa o aceita sem saber o perigo que estava correndo. Agita o fuso sobre sua cabeça e dança entre os convidados segurando e brincando com a novidade que ganhara, deixando seus pais e os convidados paralisados de pavor. Tentam tirar o objeto de suas mãos, mas no meio da brincadeira, ela espeta o dedo na ponta afiada do fuso e pouco a pouco vai caindo como se estivesse desmaiando. Ouve-se um estrondo e a dama desconhecida se revela como Carabosse, rindo triunfante e vendo que seu feitiço estava realizado ela foge em seguida, deixando os reis e os príncipes desolados.
Nesse momento aparece a Fada Lilás para cumprir sua promessa feita no dia do batizado. Manda que levem a Princesa para o palácio e, com sua varinha mágica ela faz parar o tempo e não só a princesa, mas toda a corte adormece por cem anos cercados por uma grande floresta de árvores e flores.
2o Ato - A visão
O tempo passou e todos continuaram dormindo no castelo, cercado por uma grande floresta que a fada lilás fez crescer para escondê-lo.
Em outro reino muito distante, morava o príncipe Florimundo, que vivia com seus amigos divertindo-se em cassadas. Apesar de suas amizades, o príncipe se sentia só e triste por não ter ainda encontrado um amor. Um dia, ao descansar embaixo de uma árvore no bosque, o príncipe sonhou com um grande lago, com um barco em forma de concha e dentro dele a Fada Lilás, que lhe disse saber o que se passava no seu coração e contou-lhe então, através de uma visão, de um sonho a história de Aurora. Ele se apaixona por Aurora e dança com ela. Acaba a visão. O príncipe se queixa à Fada Lilás que promete levá-lo ao castelo, onde a Bela Adormecida espera um beijo de amor. Ele desperta decidido a encontrá-la, beijá-la e fazê-la reviver através do seu amor. Pede à Fada Lilás que o leve ao seu encontro, e ela oferecendo-lhe o seu barco, ensina-lhe o caminho do reino encantado. Na viagem, o príncipe enfrenta uma série de perigos preparados por Carabosse, que já sabia da sua intenção de desencantar a princesa. Com a força do seu amor, porém, consegue chegar até o castelo.
3o Ato - O despertar e o casamento
Ele se assusta ao chegar ao castelo porque realmente todos estão dormindo. O grande salão do rei, envolto em pó e teias de aranhas, num abandono de um século. No centro do salão, um esquife, e, dentro dele, a Princesa Aurora adormecida.
A Fada Lilás, que já estava lá a sua espera, leva-o até o lugar onde está A Bela Adormecida, coberta por um véu. O príncipe se aproxima e, ao ver Aurora, mais bonita ali na realidade do que em seu sonho, beija docemente o seu rosto e aos poucos ela vai acordando. Ao se olharem, os dois descobrem ter encontrado o verdadeiro amor. Logo o salão se enche de luz, desaparecendo os vestígios de abandono. O esquife mergulha no chão, e o palácio ressurge em todo o seu esplendor. Todos despertam do sono de cem anos como se estivesse dormido apenas uma noite. O feitiço havia terminado.
O príncipe pede Aurora em casamento e o rei aceita e concorda em realizar a cerimônia imediatamente. Outra grande festa é organizada no castelo e como tudo isso fora obra da Fada Lilás, todos os seus amigos dos contos de fadas infantis comparecem ao casamento com suas danças características. O Gato de Botas com uma gata branca, Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau, Cinderela e o Príncipe, A Bela e a Fera, O Pássaro Azul e a Princesa encantada, o Pequeno Polegar e muitos outros. Depois, o casal dança um longo Pas de Deux. Concluído este, todos se juntam numa brilhante Mazurca final, numa grande alegria. Foi uma festa maravilhosa.

BALLET LA SYLPHIDE

La sylphide, apresentada em 1832 na Ópera de Paris, é um balé de dois atos com coreografia de Fillipo Taglioni, pai de Marie Taglioni, e criador das sapatilhas de ponta
Este balé, com música de Jean-Madeleine Schneitzhoeffer, se passa em algum lugar da Escócia. Um escocês se apaixona por uma sílfide, mas depois cai nas mãos de umafeiticeira, que o entrega um xale mágico e pede que ele o amarre na cintura da sílfide, porém ela morre.
Marie Taglioni foi a primeira bailarina a dançar este balé, pois seu pai coreografou-o especialmente para ela. Ao vê-la dançar, o grande poeta francês Théophile Gauthier, disse que ela era "tão sublime e tão grande como Lamartine e Byron", os dois grandes poetas do Romantismo.
Os figurinos são os famosos tutus românticos, com asinhas de prata na altura acima da cintura.

PRIMEIRO BALLET ROMANTICO DO MUNDO

Trama

Conta a história de James, um camponês escocês, que estava prestes a se casar com Effie, também camponesa. Porém uma Sílfide e James se apaixonam no dia do casamento. Então, James abandona sua noiva, parentes e amigos em seu casamento para ficar com a Sílfide. James percebe que é impossível manter a Sílfide como uma mortal. Uma bruxa chamada Madge vê que os dois estão mesmo apaixonados e dá um lenço mágico para James e diz que ele deve amarrar o lenço na cintura da Sílfide. Ela explica para James que este lenço fará com que as asas da Sílfide caiam e desse modo a Sílfide não poderá mais voar. Quando a Sílfide coloca o lenço, ela cai morta no chão e com ela vai embora a esperança de James viver feliz para sempre com seu grande amor. As sílfides a levam embora, e James percebe que Effie está se casando com outro homem. Furioso, James enfrenta Madge que acaba matando-o.

Estreia mundial

Estreou em 12 de março de1832